Paróquia do Senhor da Vera Cruz, Candal - Vila Nova de Gaia

Leia: Mc 1, 7-11 - “Tu és o meu Filho muito amado, em Ti pus toda a minha complacência.”

Todos passamos por experiências, na nossa vida, que marcaram ‘um antes’ e ‘um depois’. Para Jesus, o batismo foi certamente uma delas, e provocou um verdadeiro terramoto interior. O relato do Evangelho fornece-nos apenas um vislumbre do facto de que, no Jordão, Ele Se sentiu Filho do Pai, reconhecendo-Se profundamente amado e ungido pelo Espírito. Por isso, depois dessa experiência, nada poderia continuar igual.

Renovemos, nosso coração,

esta inaudita certeza de sermos ‘um produto’

sublime e perfeito da ternura de Deus.

Leia: Mt 2, 1-12 - “Vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-l’O.”

Todo o cristão traz, dentro de si, a vocação  de um vedor e pesquisador da verdade. A exemplo dos sábios e sábias do Oriente, perscrutamos a nossa existência, em busca d’Aquele que dá sentido à nossa vida. Só Jesus pode responder às nossas inquietações mais profundas; por isso, quando descortinamos e acolhemos a sua luz, nos pomos a caminho para O encontrar; nos colocamos a seus pés e O presenteamos com a dádiva do nosso coração. É evidente que, se nos deixarmos encontrar por Ele, tudo se transforma dentro de nós e Ele nos faz regressar à vida domestica, “por outro caminho”. Recordemos, com afeto, tantas pessoas, que ainda não tiveram a dita de descortinar a estrela “do Rei dos Judeus”, mas que continuam atentas aos sinais, que irão chegar do céu e revolucionar a sua vida. Sentes-te uma delas?

Obrigado, Senhor,

por nos teres escolhido e amado;

por Vos haverdes tornado um de nós e, assim,

nos terdes purificado e salvado.

Leia: Lc 3, 23-28 - “Ele era, como se pensava, filho de José, que era filho de Heli, filho de …”

Cada ser humano recebe e alberga, dentro de si,  a riqueza e a herança  dos genes e qualidades dos seus ascendentes e antepassados. Evocamos, hoje, uma parte da genealogia de Jesus. Quando o projeto salvífico do Pai Lhe propôs este trajeto humano, Ele decidiu encarnar e instalar a sua tenda entre nós, assumindo a nossa natureza e fazendo-Se igual a todos, exceto no pecado. Isso fez que nos tornássemos filhos de Deus, seres divinos, com uma dignidade que ninguém poderá jamais beliscar ou retirar-nos. Jesus procedeu da família de Nazaré, e nela  cresceu e aprendeu a ser feliz.

Que cada um de nós tenha consciência que,

para além do agregado humano que nos deu origem,

brotamos do desígnio amoroso da Santíssima Trindade

e contamos com o apoio de toda a família cristã.

Leia: Jo 1, 43-51 - “Mestre, Tu és o Filho de Deus, Tu és o Rei de Israel.”

Todos nós temos pontos claros e escuros, umas zonas luminosas e outras que jazem na sombra. Quando entabulamos conhecimento com alguma pessoa, podemos optar entre captar o que ela tem de melhor, ou sublinhar a sua dimensão menos positiva. Natanael, não conhecendo ainda o Nazareno, deixa-se levar pelos preconceitos, provocados pela origem do Mestre. Contudo, a atitude de Jesus é muito diferente: prefere sublinhar os traços positivos que lhe chamaram a atenção, e essa decisão fornece outro colorido ao encontro entre os dois.

A exemplo de Jesus,

saibamos reconhecer e valorizar

os aspetos positivos dos nossos irmãos.

Leia: Jo 1, 35-42 - “Vinde ver.”

As perguntas têm o condão de albergar essa capacidade espantosa de trazermos ao de cima tudo o que tendemos a considerar como já adquirido e garantido. Quer o reconheçamos, ou não, as interrogações perturbam-nos, e projetam-nos, simultaneamente, para além daquilo que já sabemos. É o que experimentam os seguidores de João Batista, quando Jesus os encontra e lhes pergunta: “Que procurais?” Isso obriga-os a olhar para o seu interior, a confrontarem-se com os seus anseios e preocupações, e a ultrapassá-los.

Que esta pergunta, hoje,

nos cause assombro, e que, como aos dois discípulos,

manifestemos ao Senhor o nosso desejo

de partilhar a vida com Ele.

Leia: Jo 1, 29-34 - “Ora eu vi e dou testemunho de que ele é o Filho de Deus.”

Não vemos, apenas, com os olhos. Há outra forma de aceder à realidade, que ultrapassa largamente a capacidade do olhar e nos projeta no campo das certezas. A visão de quem tem fé gera essas intuições do coração, que nos parecem tão estáveis que podemos alicerçar sobre elas a nossa existência. É nesta perspetiva que o Precursor insiste, e que o leva a testemunhar que o Espírito habita em Jesus.

Aprendamos a sintonizar o nosso coração com o Espírito Santo,

a fim de reconhecermos a sua presença

no íntimo da realidade quotidiana e, assim,

a podermos também testemunhar.

Leia: Jo 1, 19-28 - “«Eu sou a voz que clama no deserto: “Endireitai o caminho do Senhor”, como disse o profeta Isaías.»”

O facto de uma pergunta ser simples não quer dizer que possa obter uma resposta consentânea. Foi o que aconteceu com a interrogação lançada a João Batista e, à qual, mais cedo ou mais tarde, todos nós teremos de dar resposta. Retorquir à questão de saber quem somos exige que saibamos reconhecer aquilo que constitui a nossa identidade, o sentido que atribuímos ao que nos acontece, e a razão  por que ou para Quem vivemos.

A exemplo de João Batista,

sejamos também nós capazes

de fazer da nossa existência

uma ressonância da Palavra de Deus,

que grita, silenciosamente e eloquentemente,

quer profiramos palavras, ou não.

Leia: Lc 2, 16-21 - “Maria guardava todas estas palavras, meditando-as em seu coração.”

Quando conhecemos o nome de alguém, de algum modo estamos a retirá-lo do anonimato, e essa pessoa começa a tornar-se importante para nós. O mesmo sucedia, praticamente, na mentalidade bíblica. Por isso, tal nome era alterado sempre que Deus lançasse um novo chamamento ou atribuísse uma nova missão ao ser humano.  Não há forma mais prazenteira de iniciar um novo ano do que evocar e invocar o nome de Jesus, que deriva da palavra hebraica “salvação”, e assim podermos renovar o desejo de ser Ele a libertar-nos de tudo o que nos impede de crescermos como pessoas, a fim de aprendermos a amar melhor os que nos rodeiam, ao longo dos próximos meses.

Maria, que conservava tudo no seu coração,

nos ensine e ajude a fazer o mesmo.

Leia: Lc 2, 22-40 - “O pai e a mãe do Menino Jesus estavam admirados com o que d’Ele se dizia.”

No evangelho, vemos como a Sagrada Família se dirige ao templo em Jerusalém para cumprir os deveres religiosos de apresentar a sua oferta em ação de graças. E é o templo onde dois anciãos, Simeão e Ana, sabem descobrir naquele menino a presença de Deus e o cumprimento das promessas de salvação feitas no passado pelos profetas. Estes dois anciãos vivem numa atitude de espera e de confiança. Cheios de fé~, também eles, como Abraão e Sara no Antigo Testamento, veem que as promessas se cumprem na criança levada ao colo por José e Maria. Ele é o Messias do Senhor, o Salvador, que será luz para iluminar as nações e glória do seu povo Israel.

Que as nossas famílias sejam lares

onde aprendemos a viver como cristãos,

segundo o exemplo da família de Jesus.

Leia: Lc 2, 36-40 - “O Menino crescia…”

A figura de Ana recorda-nos o valor de uma vida silenciosa plenamente consagrada ao Senhor, na expetativa atenta da sua vinda ao nosso encontro. O final do Evangelho leva-nos a contemplar Jesus que cresce e aprende. Os anos em Nazaré são anos de um caminho silencioso e escondido para aprender dos seus a saber encher-se de Deus na vida ordinária do trabalho e da oração. Era uma vida normal como a nossa, que vale a pena viver como ele a viveu.

Que o Natal seja também para nós

silêncio, trabalho e oração,

numa vida totalmente consagrada ao Senhor.

Leia: Lc 2, 22-35 - “Luz para se revelar às nações.”

O Evangelho que acabámos de ouvir trouxe-nos ecos do dia de Natal. Jesus aparece plenamente encarnado na nossa condição humana: é uma criança que deve ser levada ao colo como qualquer criança pequena e a sua família deve sujeitar-se à Lei de Moisés como qualquer família judaica daquele tempo. Além disso, partilha a situação dos pobres, que só podem oferecer um par de pombinhos. Simeão soube reconhecer na pobreza do Menino nos braços de Maria Aquele que é a luz do mundo e a glória do povo de Israel.

Que o Natal seja também para nós

uma prática sincera do amor fraterno

e do reconhecimento de Cristo nos nossos irmãos.

Leia: Mt 2, 13-18 - “Toma contigo o Menino e sua Mãe e foge para o Egito.”

Hoje celebramos o martírio dos Santos Inocentes, aquelas crianças de Belém que morreram por causa de Cristo quando ainda não podiam confessar por si mesmas o Salvador do mundo. Na sua morte inocente e injusta, mostram-nos as consequências do pecado na história humana, sob a forma de ambição de poder e de violência injusta. Mas a sua morte também nos mostra o poder de Deus que dá glória  e a vida eterna, para lá do mal e da violência deste mundo, àqueles que morrem inocentemente mesmo sem conhecerem Cristo ou sem O reconhecerem como Messias e Salvador.

Ajuda os que sofrem injustiças

e guarda no teu regaço

os que morrem inocentemente.