Paróquia do Senhor da Vera Cruz, Candal - Vila Nova de Gaia

Leia: Lc 19, 1-10 - “Hoje entrou a salvação nesta casa.”

O episódio de Zaqueu constitui um exemplo permanente de conversão ao Evangelho. Zaqueu mostra uma grande disponibilidade e uma grande sensibilidade. Sem que Jesus o recrimine, ele antecipa-se e corrige  o seu comportamento e até está disposto a devolver, se em alguns casos exigiu demais. E vai ainda mais longe, pois compromete-se a partilhar metade dos seus bens com os necessitados. Não nos surpreende, por isso, o elogio de Jesus: “Hoje entrou a salvação nesta casa, também Zaqueu é filho de Abraão, o justo.” A disponibilidade de Zaqueu para a conversão continua a estimular a nossa própria vida cristã.

Também nós somos chamados

a deixar tudo para seguir Jesus

e viver de acordo com o seu Evangelho.

Que eu seja capaz disso!

Leia: Lc 18, 35-43 - “Tem piedade de mim.”

Jesus aproximava-se de Jericó, a última etapa da sua viagem através do Vale do Jordão, antes de iniciar a subida para Jerusalém, nas montanhas. Um homem cego estava à beira do caminho a pedir esmola para poder sobreviver. Ante a fama que precede Jesus, começa a gritar; “Jesus, Filho de David, tem piedade de mim.” O grito do cego fez Jesus parar a sua marcha e, em vez de se aproximar do local onde o cego estava, manda trazê-lo à sua presença: desta forma, o cego passa de estar sentado à beira do caminho a pôr-se de pé em frente a Jesus, no meio do caminho. E perante o pedido do cego e a fé que manifestava, Jesus recupera-lhe a visão. Além disso, o cego, já restabelecido, converte-se em seguidor de Jesus.

Que eu também não tenho medo de gritar por Jesus,

para que me cure da minha cegueira

que não me deixa ver os irmãos

com o olhar da ternura e do amor.

Leia: Mt 25, 14-30 - “Conforme a capacidade de cada qual.”

O rico proprietário de terras reparte de forma desigual pelos seus servos de confiança para que cada um administre corretamente os seus bens e produza um lucro apropriado. Dois deles conseguiram fazer frutificar os bens do seu senhor, enquanto o terceiro, por medo ou prudência excessiva, deixou-os estagnados. Este último mereceu a reprovação do seu exigente senhor, pois não foi capaz de aumentar o que lhe foi confiado. Deus não se contenta em manter o que já se tem, mas quer que ele cresça e aumente. Deus é exigente com a missão que nos confiou.

Ensinai-nos, ó Senhor,

a saber tirar o máximo rendimento dos dons

e das capacidades que nos destes,

pondo tudo ao serviço do vosso Reino

que já está a chegar a nós…

Ámen.

Leia: Lc 18, 1-8 - “Encontrará fé sobre a terra?”

Hoje Jesus ensina-nos que devemos rezar sempre, sem perder a esperança. E dá-nos o exemplo daquela viúva aborrecida e insistente que é capaz de abanar até mesmo um juiz irrefletido e sem coração, para agir em seu favor. Se a insistência é capaz de mover um juiz iníquo, quanto mais Deus, que é justo, não se deixará comover. Jesus ensina-nos a rezar sempre, com insistência e com confiança. Toda a vida de Jesus foi marcada pela oração. A oração cristã brota da fé e faz crescer a fé. É por isso que Jesus nos pergunta: “Quando vier o Filho do Homem, encontrará fé sobre a terra?”.

Que nunca me falte a força

para rezar sempre,

com insistência e confiança.

Leia: Lc 17, 26-37- “Quem perder a sua vida, recuperá-la-á.”

A vinda do Reino, segundo Jesus, pode apanhar-nos desprevenidos. De facto, noutras intervenções de Deus, como nos dias de Dilúvio, ou no juízo de Sodoma e Gomorra, os contemporâneos de Noé e de Lot foram apanhados desprevenidos por não se terem apercebido do momento que estavam a viver. Assim será nos dias do filho do Homem: aqueles que Ele encontrar preparados serão salvos, enquanto os outros não. Noé e Lot salvaram-se porque permanecem fiéis a Deus e atentos à sua vinda.

Que também nós

tenhamos a capacidade

de permanecer vigilantes

ao que Deus está a suscitar no mundo.

Leia: Lc 17, 20-25 - “O reino de Deus está no meio de vós.”

Todos nós gostaríamos de conhecer o futuro. Também a Jesus Lhe perguntam sobre a vinda do Reino de Deus que Ele anuncia. E Jesus esclarece que o Reino não é nem um território nem um tempo específico; o Reino é o próprio Deus, e é por isso que afirma: “O Reino de Deus está no meio de vós.”. O Reino de Deus e a vinda do Filho do Homem não se concretizam em nenhuma realidade humana, por mais bela ou promissora que se apresente; nem sequer na Igreja. Serão uma ação única e transformadora de Deus, que ultrapassará quaisquer outras realidades humanas e qualquer esperança humana. Resta-nos apenas convertermo-nos e mantermo-nos vigilantes ante a ação que Deus prepara.

Que eu esteja vigilante e preparado

para perceber a ação de Deus na minha vida,

e assim viver o Reino de Deus.

Leia: Lc 17, 11-19 - “Levanta-te e segue o teu caminho; a tua fé te salvou.”

Aqueles dez leprosos invocam a misericórdia de Jesus e Ele responde enviando-os ao santuário, como se já estivessem curados da sua doença. Eles não duvidam e dirigem-se ao Templo, mostrando assim a sua absoluta confiança na Palavra de Jesus. A sua fé curou-os! O milagre, contudo, contém um apêndice: nem todos se mostram igualmente agradecidos. apenas um deles, um samaritano, é capaz de voltar atrás e dar glória a Deus, prostrando-se aos pés de Jesus. Esse samaritano intuiu o mistério de Jesus: n’Ele se revela o poder salvífico de Deus.

Que nunca me falte a grandeza

da gratidão!

Que em cada dia, saiba ser grato

pelos dons que Deus me concede.

Leia: Lc 17, 7-10 - “Fizemos o que tínhamos de fazer.”

Numa época em que a escravatura era a condição da maioria das pessoas, sabia-se muito bem o que significava obedecer e cumprir o próprio dever. Hoje, vivemos mais conscientes da própria autonomia pessoal e dos direitos a que nós, como cidadãos, temos direito. Por outro lado, muitas pessoas dedicam parte do parte do seu tempo ao voluntariado pelo bem dos outros e esperam o justo reconhecimento social da sua generosidade. E assim podemos cair na tentação de pensar que viver de acordo com as exigências da fé cristã é como um voluntariado que fazemos de forma meritória, pelo menos diante de Deus. E Jesus desmonta esta visão. Viver a fé com as sua exigências não constitui qualquer mérito, é apenas o nosso dever, uma vez que a nossa vida está nas mãos de Deus.

Que eu saiba ser grato a Deus

pelo dom da vida,

colocando-me nas Suas mãos

e vivendo as exigências da fé

com simplicidade e alegria.

Leia: Lc 17, 1-6 - “Se ele se arrepender, perdoa-lhe.”

O escândalo e a ofensa prejudicam a vida dos membros da comunidade cristã. Escândalo em latim significa tropeço, e refere-se a tudo aquilo que pode ser uma ocasião de entrave e queda para os membros mais débeis ou menos bem formados da comunidade. O escândalo é pernicioso porque pode acabar por afastar os membros mais novos da comunidade, e deve ser absolutamente evitado. A ofensa fere e, por isso, divide e faz frente aos membros da comunidade cristã. Perante a ofensa, Jesus propõe um perdão incondicional e constante. finalmente, a fé constitui a base e o fundamento do perdão face à ofensa, e a vigilância face ao escândalo. A força da fé, segundo Jesus, é muito poderosa, suficiente para sustentar toda uma vida de fidelidade ao Senhor.

Senhor,

que abunde em mim

a capacidade de perdoar, sempre.

Leia: Mt 25, 1-13 - “Não vos conheço.”

Uma parte do cerimonial de casamento naquela época consistia na procissão noturna do noivo com a sua esposa, da casa dela para o novo lar matrimonial, onde os noivos eram recebidos à porta pelas damas de companhia da noiva, entre as quais se encontravam as suas irmãs e amigas. Jesus propõe-nos um contraste entre dois tipos de raparigas: as insensatas e as prudentes. Achamos um final demasiado radical para o nosso gosto, mas com ele Jesus quer motivar-nos a prever e a preparar-nos pessoalmente para a vinda do Senhor no fim dos tempos e no fim da nossa vida. Deixar tudo para mais tarde, ou para o fim, pode ter consequências, sem dúvida, terríveis.

Senhor,

quero pôr a minha vida nas Vossas mãos

e quero pedir-Vos perdão pelos meus pecados;

peço-Vos também a vossa ajuda

para viver uma vida vigilante, alegre e esperançada,

ante a vinda futura do Filho do Homem.

Ámen.

Leia: Lc 16, 9-15 - “Deus conhece os vossos corações.”

Jesus fala-nos hoje de fidelidade. Por experiência, sabemos que aquele que é capaz de ser fiel nas pequenas coisas da vida quotidiana, também será fiel nas coisas de maior importância. Escusado será dizer que aquele que não for capaz de ser fiel nas coisas do dia a dia, será ainda menos em coisas extraordinárias. Ninguém pode agradar a dois contrários, pois os interesses de Deus não correspondem aos interesses pessoais ou empresariais que nos são tão caros. Temos de nos decidir por um ou por outro!

Que o meu coração

decida por Jesus!

Leia: Lc 16, 1-8 - “Os filhos deste mundo são mais espertos do que os filhos da luz.”

Não se pode seguir Jesus se não se tiver a vontade e a força para o fazer. Finalmente, tudo termina com uma afirmação extrema: “Quem não renunciar a todos os seus bens não pode ser meu discípulo”. Talvez algo semelhante nos aconteça: amamos Jesus apenas com palavras, mas fugimos à cruz e não abandonamos tudo por Ele.

Jesus,

dá-me a força necessária para não “fugir” à minha cruz

e seguir-Te, com obras, sem reservas.